Caros alunos
Reproduzo
abaixo o e-mail que enviei para meus colegas de departamento e que
sintetiza minha posição acerca da ocupação estudantil no nosso campus.
Insisto aqui na importância da participação de todos nesse processo,
seja para apoiar ou contestar as ações. Vocês podem se informar em https://www.facebook.com/ocupaichf/.
Estarei sempre às 11h à disposição para conversarmos (estou reunindo
nesse caso as turmas do primeiro e segundo horários). Na próxima quinta, 17/11,
especialmente, gostaria de me encontrar com vocês para avaliarmos a
situação.
Att
Edmar
CÓPIA DO E-MAIL QUE ENVIEI AOS MEUS COLEGAS DO DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
Colegas
Já
me manifestei sobre o assunto [ocupação estudantil] na nossa assembleia da 5ª passada, mas
volto ao mesmo porque nem todos os colegas estavam lá. Apoio a
mobilização estudantil, mas não o bloqueio de espaços do campus. Creio
que a ocupação é perfeitamente compatível - e até mais eficaz - com a
manutenção das nossas outras atividades, inclusive letivas.
Evidentemente teríamos que construir uma agenda especial, integrando as
atividades de ocupação. Louvo o esforço da comissão para construir
pontes, mas não me sinto à vontade para propor atividades sem ter
assegurada liberdade para trabalhar. Não aceito ter de submeter minhas
propostas à aprovação de qualquer tipo de comando. Aceitaria, de bom
grado, submetê-las à comissão para agendamento e viabilização, mas não
para censura de conteúdo. Alguns alunos tinham me pedido para discutir o
problema religião x estado laico, fazendo algumas comparações com o
contexto medieval. Estava e estou disposto a fazê-lo, mas sem
condicionantes. O relato da experiência vivida pela [***************] é
grave [cito aqui uma colega que teve sua atividade - previamente aprovada
pela comissão - interrompida por um suposto comando da ocupação]. Já ouvi de outra colega algo parecido. Não é esse o ambiente em
que pretendo atuar na defesa da democracia e do ensino público.
Além do mais é preciso pensar em debate no sentido forte do termo, em
que ideias são contrapostas de forma argumentativa. Eu, por exemplo, não
concordo com a Pec 55 e nem com o modelo adotado para a reforma do
Ensino Médio. Mas há quem concorde e é preciso ouvi-los. Senão o diálogo
se transforma em monólogo.
Insisto
que não tentarei dar aulas a qualquer custo. Respeito a ocupação,
embora não concorde com seus métodos. Para todos os efeitos me considero
neste momento impedido de exercer minhas atividades profissionais, em
razão do que minhas aulas estão suspensas. Tenho convocado os alunos a
participar da agenda de ocupação e tenho me colocado à disposição para
discutir. Mas, repito, não vou propor atividades enquanto perdurar o
bloqueio.
Abraços
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