quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Sobre a ocupação (atualizado)

Caros alunos
Reproduzo abaixo o e-mail que enviei para meus colegas de departamento e que sintetiza minha posição acerca da ocupação estudantil no nosso campus. Insisto aqui na importância da participação de todos nesse processo, seja para apoiar ou contestar as ações. Vocês podem se informar em https://www.facebook.com/ocupaichf/. Estarei sempre às 11h à disposição para conversarmos (estou reunindo nesse caso as turmas do primeiro e segundo horários). Na próxima quinta, 17/11, especialmente, gostaria de me encontrar com vocês para avaliarmos a situação.
Att
Edmar
CÓPIA DO E-MAIL QUE ENVIEI AOS MEUS COLEGAS DO DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

Colegas
Já me manifestei sobre o assunto [ocupação estudantil] na nossa assembleia da 5ª passada, mas volto ao mesmo porque nem todos os colegas estavam lá. Apoio a mobilização estudantil, mas não o bloqueio de espaços do campus. Creio que a ocupação é perfeitamente compatível - e até mais eficaz - com a manutenção das nossas outras atividades, inclusive letivas. Evidentemente teríamos que construir uma agenda especial, integrando as atividades de ocupação. Louvo o esforço da comissão para construir pontes, mas não me sinto à vontade para propor atividades sem ter assegurada liberdade para trabalhar. Não aceito ter de submeter minhas propostas à aprovação de qualquer tipo de comando. Aceitaria, de bom grado, submetê-las à comissão para agendamento e viabilização, mas não para censura de conteúdo. Alguns alunos tinham me pedido para discutir o problema religião  x estado laico, fazendo algumas comparações com o contexto medieval. Estava e estou disposto a fazê-lo, mas sem condicionantes. O relato da experiência vivida pela [***************] é grave [cito aqui uma colega que teve sua atividade - previamente aprovada pela comissão -  interrompida por um suposto comando da ocupação]. Já ouvi de outra colega algo parecido. Não é esse o ambiente em que pretendo atuar na defesa da democracia e do ensino público. Além do mais é preciso pensar em debate no sentido forte do termo, em que ideias são contrapostas de forma argumentativa. Eu, por exemplo, não concordo com a Pec 55 e nem com o modelo adotado para a reforma do Ensino Médio. Mas há quem concorde e é preciso ouvi-los. Senão o diálogo se transforma em monólogo.
Insisto que não tentarei dar aulas a qualquer custo. Respeito a ocupação, embora não concorde com seus métodos. Para todos os efeitos me considero neste momento impedido de exercer minhas atividades profissionais, em razão do que minhas aulas estão suspensas. Tenho convocado os alunos a participar da agenda de ocupação e tenho me colocado à disposição para discutir. Mas, repito, não vou propor atividades enquanto perdurar o bloqueio.
Abraços
Edmar

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